17 de junho de 2014

Aliás...

Que dia "chocho". Não gosto desta palavra. Tal como não estou a gostar do dia.
As horas estão a demorar a passar. Não vou poder ir directa para casa. Ainda só é terça-feira. Estou com um humor de cão.
Apesar de não me poder queixar grandemente da minha vida, estar longe de quem amamos custa. E há dias em que custa mais do que outros. Dias como o de hoje. Dias em que ambos estamos de mal com isto tudo. E depois, não há meio de haver aquele olhar reconciliador. Não há a possibilidade de abraço que serenaria as almas mais inquietas. São estes momentos que realmente me revoltam. Quando estamos juntos não há mal que não passe rápido. Quando estamos longe, qualquer grão de areia parece um pedregulho dentro do sapato.
Discute-se o futuro. Ou a falta de perspectiva de futuro. Dói na alma ter de sonhar pouco. Dói na alma não poder ser eu... nesta parte dos sonhos. Porque sempre sonhei muito e muito alto. Dou por mim a puxar-me para a realidade, continuamente, e é uma treta. Mas não há forma. A distância que é muita, o dinheiro que é pouco, o emprego, que vai sendo. Como dar a volta a estas questões de base? Como sonhar para além de tudo isto? Aliás, como fazê-lo sonhar apesar de tudo isto? Um realista incurável. Optimista, mas duramente realista.

Maria Amor

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