5 de agosto de 2014

Não será?

Não sou uma pessoa de medos. Tenho apenas um: perder alguém que amo. Por mim mas, acima de tudo, pela pessoa. Não sei lidar com essa possibilidade. Não sei nem sei se saberei algum dia conviver com essa injustiça. A finitude humana é angustiante. Se por um lado pode ser vista como um motor da existência, por outro, é paralisante e castradora.
Detenho-me demasiadas vezes nestas ideias. Talvez mais do que deveria, mas nunca teremos o tempo necessário para amar o suficiente, não será?

Maria Amor

Viver na verdade pura

Impressionante a facilidade com que uma pessoa vê o mundo cor-de-rosa se se propuser a tal. Tenho essa capacidade. A de mudar do negro escuro para o cor-de-rosa, o leve, o airoso. O amor por perto ajuda, sem dúvida, mas não é obrigatório. E nesses dias, apetece-me escrever coisas bonitas. Nos outros dias, os escuros, também tenho vontade de dizer qualquer coisa, mas algo me impede. Talvez seja a vergonha do meu fatalismo sem razão aparente. Guardo-o só para mim, espero que passe. E passa, sempre.
Penso em mim, muito. Faço constantes auto-análises. Sei que estou longe de ser perfeita. Mas há coisas que se vão tornando cada vez mais claras. Vejo nas pessoas, em geral, uma fonte de inspiração. Alimento-me delas, e das conversas. Vejo em cada sessão, em cada encontro um momento oportuno de crescimento. E desenho-me. E o traço é cada vez mais seguro. Estabeleço regras para mim. Tento transportar a correcção técnica que uso em consulta para o meu dia-a-dia. Não me sinto bem em conversas sem conteúdo, a falar deste ou daquele. E é uma coisa que começa a tornar-se visceral. Quando sem querer o faço e mais tarde me apercebo, chega quase a causar dor. Como se fosse contra os meus (novos) dogmas.
Se custa estar em constante alerta? Muito. Se numa fase inicial era atormentador? Nem se fala. Mas, com o passar do tempo, torna-se numa forma de estar, que considero melhor, sobretudo para mim.
Sinto-me menos "julgadora", menos crítica, mais aceitante e, acima de tudo, mais livre. Ao final do dia, nada paga a paz de espírito que ser assim me tem trazido. É um estar de bem com o mundo e com os outros que não conhecia. É, fundamentalmente, viver na verdade pura.

Maria Amor

4 de agosto de 2014

Vai ser

Trocas e baldroca, planos adiados. Confesso que, secretamente, era o que mais desejava. Ainda não tive "a ideia". Sei que vou tê-la, quando algo dentro de mim me disser que "é desta que já não vai haver mais adiamentos". No entretanto, vou despachando outras coisas. As horas passam a correr e daqui a pouco chega o meu céu.
Vai ser amor (aos montes), brincadeiras (tontas), conchinha (para adormecer), divagações (pela noite fora), eu (com ele), fofices (muito boas), gordices (entre nós), histórias (de princesas e príncipes), invenções (daquelas que doem!), J. (tu, tu, tu!), lamechices (que o enjoam), miminho (que o derrete), nós (sempre), oó (descansado), paz (com ele), queridicies (a toda a hora), risos (nossos), sorrisos (cúmplices), tontices (que só ele entende), utopias (a nossa vida) , verdades (constantes), X (proibições), zangas (tontas). 

Maria Amor

Só isso, fará deste dia um dia bom

Mais uma semana a começar. A entrar obrigatoriamente com o pé direito.
Ao final do dia vou reencontrar o sorriso mais querido, aquele que me preenche. Só isso, fará deste dia um dia bom. Afinal de contas, tudo está bem quando acaba bem.
Até lá, muito trabalho pela frente. O verbo acreditar tem de ser conjugado em todas as seis pessoas, com figas à mistura e o grande desejo de cair em graça (porque, já dizia a minha avó, mais vale cair em graça do que ser engraçado).
Uma ideia a ganhar contornos regada a café, café e mais café. Costumava ser tão criativa. É preciso respirar fundo para que entre a pressão da uma data final e uma reunião importante o cérebro voe e faça magia.

Maria Amor

3 de agosto de 2014

Agora é hora de desligar

Sensação parcial de dever cumprido. Mas vontade de fazer mais. Muito mais e melhor. Mobilizar tudo e todos para esta missão que é a de tornar esta casa num lar. Tenho tudo na minha cabeça. Mil ideias. A lentidão a que o orçamento obriga é que me aflige. Se fosse possível, era tudo para ontem. Como não é, agarro-me à crença de que no final saberá melhor ainda. 
Agora é hora de desligar. É hora de sonhar (a dormir). Amanhã será um dia bom. Porque matar-se-ão saudades depois de um dia de trabalho, onde se espera magia. 

Maria Amor

1 de agosto de 2014

"parece que foi ontem"

As semanas voam. Apercebo-me disso quando uma cara que não vejo há 7 dias aparece novamente e a verdadeira sensação do "parece que foi ontem" se instala.
Não vai ser um fim-de-semana fácil. Espero, do fundo do coração, que seja de mudança. Para melhor.
Espero que os frutos comecem a aparecer.

Maria Amor

28 de julho de 2014

Quero que os "ses" deixem de existir

Pergunto-me porque é que sou assaltada tantas vezes por estas ondas de parvoeira.  Deixo de ter vontade de escrever, de ter vontade de sair, de ter vontade de falar. Depois, sem mais nem menos, tudo começa a entrar novamente nos eixos.
Paro e penso frequentemente sobre isto. Sobre mim. E chego invariavelmente à conclusão de que não faço nada de que realmente goste. Nada que me faça esquecer que o resto do mundo existe (namorar não conta, refiro-me a coisas exclusivamente minhas, como dançar, outrora). É uma coisa necessária, não é? Termos tempo para nos perdermos em nós, connosco.
Passo os dias a ouvir as pessoas. A ajudá-las a perceberem-se. E quando chega a hora de me ouvir a mim mesma, já não tenho paciência para ouvir coisa nenhuma. E isto frustra-me. Porque no dia seguinte passou mais um dia em que eu fiquei esquecida para mim mesma.
Quero que os "ses" deixem de existir. Quero concretizar.

Maria Amor