31 de julho de 2013

Aquela certeza

Faz muito tempo.
Conhecíamo-nos de vista, tínhamos amigos em comum, mas só naquele dia, passados cinco anos, tudo aconteceu. A culpa foi dele, como sempre disse.
A culpa de quê, precisamente? Não sei. Mas a partir desse dia as mensagens trocadas não pararam. Os cafés, os filmes pela noite dentro, as combinações de todo o tipo aconteceram como se nos conhecêssemos de uma vida inteira.
A cumplicidade notava-se ao longe. Perguntaram várias vezes há quanto tempo estávamos juntos e quando a resposta surgia, era uma surpresa. Por ser ainda tão pouco.
Crescemos, conhecemo-nos, amámo-nos, descobrimos juntos o que é ser adultos. Ajudámo-nos em tantas e tantas coisas. Com carinho, levámo-nos ao colo um ao outro quando mais precisámos. Rimos tanto. Partilhámos muito mais.
Nestes últimos anos foi assim.
Agora, aqui andamos e, mergulhados num futuro incerto, sobrevivemos a cada dia com o gosto quente de mais uma conquista. Com o sonho a envolver-nos mas com a saudade por sombra. Com um desejo que teima em vir ao de cima todos os dias mas que tem de esperar pelo momento permitido pelo tempo.
Sabemos que no final, seja lá a que final nos referimos, haverá sempre o aconchego de um abraço. O nosso abraço. Sabemos que depois de tudo, só coisas boas nos podem estar reservadas.

E acredito nisto com a mesma certeza de que o sol nascerá amanhã. Aquela certeza que só os crentes no amor de verdade têm.

Maria Amor