21 de maio de 2014

Nãos e pontos finais

Quando me sinto desconfortável com isto tudo a que chamo vida, e não são tão poucas vezes assim, dá-me para pensar. Sobre mim, sobre os outros, sobre as várias situações. Tenho chegado, consistentemente, a uma conclusão: quando uma coisa não me interessa e não se encaixa no percurso profissional que tenho tentado traçar, por melhor que ela pareça vista de fora, com os olhos dos outros, não vale a pena. Só vai servir para me roubar minutos de felicidade, para me deixar angustiada, para me cansar.
Depois de todos os esforços para gerir esta situação, sem pensar em abandonar o barco, neste momento é a única solução que vejo. Não há respeito, não há consideração e, infelizmente, os ganhos pessoais não são mesmos nenhuns.
Encontro-me no pleno exercício de aprender a dizer "não" e a colocar "pontos finais". Só traz coisas boas, mas é tão difícil.

Maria Amor

20 de maio de 2014

Preciso de tempo para existir

Há alturas da vida que o caminho que seguimos se começa a revelar insuportável. Não por falta de vontade, ou gosto, mas o cansaço é tão grande. Grande ao ponto de nos fazer querer lidar com o desconforto que é mudar de caminho. O desconforto que é procurar um rumo novo.
Nestes últimos dias tenho chegado a casa, invariavelmente, de rastos. E sempre, sempre com trabalho para fazer. Não consigo respirar. Acordo todos os dias ansiosa pelo dia que começa. Faço contas mentais a dividir o tempo pelo trabalho (de loucos), multiplico pelo cansaço e o resultado é avassalador.
Não há tempo para estar e ficar. Não há tempo para rir. Para conversar só porque sim. Todas as conversas têm um sentido prático. Todos os passos têm um objectivo ligado ao trabalho. E isto está a matar-me. Por dentro.
Porque, feliz ou infelizmente, preciso de tempo para existir.

Maria Amor

16 de maio de 2014

O depois, logo se vê

Foi uma semana intensa. A próxima subirá ainda um pouco mais o nível.
É bom ter trabalho. Com o aproximar do fim-de-semana é tendencial a vontade de não fazer nada. Mas as três tarefas em mãos, para segunda-feira, não vão dar tréguas.
Daqui a 4 horas estarei no paraíso e o tempo vai parar. Vou recuperar a metade do coração que me falta. O depois, logo se vê.

Maria Amor

13 de maio de 2014

Não valeria a pena

Os dias são vividos a mais de mil e, pela primeira vez, não peço que tenham 48 horas.
Não valeria a pena. O corpo não aguenta. 
A toda a velocidade, vou lendo na diagonal o que é vosso. Mas leio, leio sempre. É o meu escape. E é-me tão necessário. Porque não há alma que aguentar tanta reviravolta em tão pouco tempo. 
É imperativo acreditar. 

Maria Amor

6 de maio de 2014

Não é?

Não estou feliz. Neste momento não estou. Não me sinto realizada nem a nível pessoal, nem profissional. Ui, a nível profissional.
Mas, tenho aprendido, às vezes temos a necessidade de acreditar que até nem está tudo assim tão mal, ou que irá tudo ficar bem.
E vivemos assim, neste meio engano, que torna as ausências suportáveis. Que nos faz continuar a percorrer o caminho que sabemos, só de coração, ser o certo. E no meio disto tudo, tentamos continuar a ouvir-nos, tentamos escutá-lo sempre, aos gritos baixinho a pedir para chegarmos rápido. Nem sempre é tão rápido como desejaríamos.
Certo que a felicidade se encontra no caminho e não só na meta. Mas e ensinar-lhe? É ir vivendo. Mas a urgência em chegar é tanta.
Descobri numa conversa aleatória qual é o meu verdadeiro problema. Não podemos mudar o mundo, palavras de um amigo. E, ao ver a coisa tão clara assim, percebi. E mesmo desiludida, mesmo ciente dessa realidade, houve uma parte de mim que não conseguiu acreditar. Haverá sempre pessoas que valem a pena. E tenho uma mão cheia delas perto de mim. E com essas, junto dessas, sei que é possível muito mais que mudar o mundo. Isto é uma prova irrefutável de ingenuidade e crença, não é?


Maria Amor

Lado a lado

Percebo a cada dia que é na nossa diferença que crescemos. Que é no chegarmos um ao outro que nos construímos. Talvez por paixão. Que só assim a diferença e a nossa individualidade ganham lugar, no outro. Talvez por isso o amor seja, afinal de contas, uma construção. E talvez seja por paixão que a ponte construída se mantém.
Não sei. Sei que me encontro na nossa diferença. Sei que é nela que descubro onde sou forte. Sei que é nela que não tenho medo de não ser assim tão forte. Sei que estás sempre do outro lado, e do meu lado. Sei que estás sempre ao meu lado. Lado a lado. 
Tenho uma imensa sorte.

Maria Amor

5 de maio de 2014

As pessoas

Poderia escrever sobre o sol. Sobre o mar. Sobre o vento levezinho que tornava tudo mais agradável. Mas não. As pessoas, muito mais do que outra coisa qualquer, são o que nos faz. E se às vezes sabem bem palavras, muitas palavras, noutras vezes basta a presença. E o sol brilhou mais porque nos reflectiu. 

Maria Amor