27 de março de 2014

O que se faz a um amor destes?

Entorpecimento. Foi o que senti ao receber a notícia. Incredulidade. Uma falta de ar. Uma compaixão e pena tão avassaladoras. Ninguém devia morrer. Ninguém devia morrer, antes de nascer.
Não é imaginável a dor deles. Faltavam dois meses. E eu, com o cérebro paralisado, só conseguia focar-me na ideia de que havia estado sempre tudo bem e de que eles já tinham tudo... Tudo! Só faltavam dois meses.
Passou quase uma semana e ainda não se tornou real em mim. Apesar de ser o pensamento de todas as horas.
É uma indignação para com a vida. Inexplicável. É um medo antecipado de um dia ser eu a viver uma dor que me irá engolir.
E os sonhos? E os planos? E o amor? Um amor tão grande que já o era antes de ser. Que se tornou num sofrimento proporcional.
Porra, o que se faz a um amor destes?

Maria Amor


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