20 de maio de 2014

Preciso de tempo para existir

Há alturas da vida que o caminho que seguimos se começa a revelar insuportável. Não por falta de vontade, ou gosto, mas o cansaço é tão grande. Grande ao ponto de nos fazer querer lidar com o desconforto que é mudar de caminho. O desconforto que é procurar um rumo novo.
Nestes últimos dias tenho chegado a casa, invariavelmente, de rastos. E sempre, sempre com trabalho para fazer. Não consigo respirar. Acordo todos os dias ansiosa pelo dia que começa. Faço contas mentais a dividir o tempo pelo trabalho (de loucos), multiplico pelo cansaço e o resultado é avassalador.
Não há tempo para estar e ficar. Não há tempo para rir. Para conversar só porque sim. Todas as conversas têm um sentido prático. Todos os passos têm um objectivo ligado ao trabalho. E isto está a matar-me. Por dentro.
Porque, feliz ou infelizmente, preciso de tempo para existir.

Maria Amor

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