8 de janeiro de 2014

Ai caraças, que isto soube-me tão bem!

Há uns tempos alinhei em fazer um workshop. De coaching. Em que, depois de um dia mais "teórico", tínhamos direito a três sessões individuais. Já foi há coisa de uns três meses.
Apesar de, por mil constrangimentos, ainda não ter feito a terceira e última sessão, foi-me pedido um pequeno feedback do processo pelo qual passei.
Enferrujada que estou na escrita, foi com dificuldade que rascunhei meia dúzia de linhas. Nada que se dissesse "benza-te Deus". A pessoa em questão disse-me que se comoveu a ler o meu (medíocre) testemunho.

Fiquei a matutar nisto. No feedback pedido. Que, mais do que para um outro alguém, foi para mim mesma. Então não é que esta traquitana do coaching fez mesmo "mossa"? A infelicidade já não dura tanto, nem a desmotivação, nem as ladainhas, nem as queixinhas. Às vezes, dou comigo a querer ser chorona e já não consigo.
Estou desempregada há duas semanas, sem grandes perspectivas em vista e, na verdade nem sequer me consigo chatear. Parece que algo em mim sabe que ao virar da esquina vai estar o que preciso. Ao mesmo tempo, mexo-me como senão acreditasse na sorte. Não paro. Não consigo.

Acabei de pôr música a tocar. Não sei há quanto tempo não o fazia. Apetece-me um cigarro e um bom vinho (mas não comprei cigarros). Talvez para comemorar andar aqui toda "felizona" sem razão aparente.
É tonto, bem sei... Aliás, pode parecer tonto mas não é. Ter o controlo das coisas que estão ao nosso alcance sabe tão bem. Ser capaz de lidar com as que não estão, é divino. Por isso, hoje, ao contrário do que fiz muitas e muitas vezes, saí do trabalho (sim, estou desempregada, oficialmente) tarde, mas com tudo terminado. Não trabalhei mais depois de jantar.
Passeei o cão, inspirei o frio da rua, pintei as unhas, ouvi música.
Ai caraças, que isto soube-me tão bem!

Maria Amor

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